Wanderlino
Arruda
Trabalho
significa
só
pegar
no
pesado,
ter
as
mãos
calejadas?
Trabalho
é
suas
cansar-se
fisicamente,
dormir
à
noite
moído
de
dores
em
todo
o
corpo?
Ou
trabalho
é
o
exercício
continuado
de
uma
ou
de
múltiplas
atividades,
esteja
ou
não
ganhando
o
pão
de
cada
dia?
Trabalho
pode
ser
aplicação
apaixonada
do
bem
e
do
amor?
Na
busca
da
estética,
da
beleza,
da
cultura,
em
benefício
da
coletividade
ou
do
próprio
trabalhador?
Acho
que
sim.
Trabalho
é
a
produção
do
bem,
o
aprimoramento
da
boa
vontade
em
direção
ao
semelhante,
sem
fronteira
de
tempo
ou
de
espaço.
Trabalho
é
modo
de
fazer
a
independência
da
virtude
frente
às
coisas
erradas
que
acontecem
no
mundo.
Trabalhar
é
o
realmente
viver
a
alegria
de
estar
sempre
fazendo
algo
proveitoso
e
digno
de
admiração
pela
utilidade
ou
pela
beleza.
Considerados
todos
esses
considerandos,
Hermes
de
Paula
deixou-nos
com
saudade
depois
de
uma
estafante
vida
de
trabalho.
Trabalho
de
todos
os
dias,
todos
mesmo,
até
o
último,
na
penúltima
sexta-feira,
dia
10
de
junho,
um
dia
antes
da
comemoração
do
“Dia
da
Raça”,
da
nossa
lusíada
raça,
cadinho
de
miscigenação
de
tantas
outras.
Hermes
de
Paula
foi
um
artista
do
trabalho
amoroso
a
terra
e
ao
povo,
menestrel
de
todas
as
canções
poeta
e
trovador
das
boas
causas,
intelectual
valorizador
do
melhor
que
podem
realizar
as
lembranças
do
passado
remoto
e
recente.
Hermes
de
Paula
respirou
e
viveu
sempre
os
Montes
Claros,
historiou-a
e
engrandeceu-a
com
todas
as
luzes
do
seu
coração.
Inteligente
e
lúcido,
e
de
memória
invejada,
interessado
e
perspicaz
na
observação
dos
fatos
mais
simples,
Hermes
de
Paula,
além
de
escrever,
viveu
a
história,
puxou-a,
induziu-a
num
hino
de
encantamento.
Hermes
de
Paula
foi
um
homem
de
trabalho,
um
trabalhador.
Em
sentido
estrito
e
em
sentido
amplo.
Como
homem
sem
riquezas,
mais
de
poesia
que
finanças,
viveu
sempre
dependente
do
esforço
pessoal
aplicado
ao
ganho
de
todos
os
dias.
Aplicado,
consciente,
estudioso,
sempre
procurou
no
trabalho
também
as
vantagens
da
satisfação.
Parece
que
viver
feliz
sempre
foi
sua
meta
principal.
Disso
dependia
sua
distribuição
constante
de
uma
ponderada
alegria,
um
eloqüente
contentamento
ótimo,
bem
distribuído
a
todos
que
lhe
ficavam
ao
redor.
Foi
sempre
um
homem
de
bem.
Um
homem
do
amor!