Parece
até
uma
onda
de
nostalgia,
mas
a
verdade
é
que
os
leitores
mais
vividos
gostam
de
quando
falamos
de
história,
algo
que
diz
diretamente
à
lembrança
e
aos
corações.
Foi
por
causa
de
uma
“Seleções”
antigas
que
o
Nathércio
França
deixou
para
mim
através
de
D.
Nina
e
João
Leopoldo,
que
comecei
a
escrever
sobre
velhos
escritos,
comentários
de
tempos
de
antanho,
como
diria
o
cronista
Haroldo
Lívio.
Daí
a
focalizar
a
Revista
“Acaiaca”,
de
1953,
foi
um
passo,
o
que
também,
estou
certo,
agradou
bastante,
pois
muitas
foram
as
manifestações
que
recebi
pessoalmente
e
por
telefone.
Agora
tenho
a
grata
surpresa
de
ser
presenteado
pelo
meu
amigo
Netinho.
Jacinto
Silveira
Neto,
ex-prefeito
de
Capitão
Enéas,
com
um
velho
exemplar,
sem
capa,
da
“Revista
Montes
Claros”,
editada
pela
“Gazeta
do
Norte”,
dirigida
pelo
ainda
jovem,
à
época.
Jair
Oliveira
com
a
data
de
outubro
de
1940.
A
capa,
diz
Netinho,
tinha
um
bonito
retrato
de
uma
menina-moça
que
até
hoje
é
vidrada
em
desfile
de
carnaval.
É
uma
gostosura
ler
e
ver
as
páginas
publicadas
em
1940,
início
da
Segunda
Guerra,
mundo
de
início
de
evolução
maior,
prefeito
de
Montes
Claro
o
famoso
Doutor
Santos,
engenheiros
de
obras
Joaquim
José
da
Costa
Júnior
e
Newton
Veloso.
Uma
foto
que
apresenta
os
três
juntos,
simplesmente
mostra
que,
naquele
flagrante,
era
iniciada
a
colocação
dos
primeiros
meios-fios
da
não
mui
central
Rua
D.
Pedro
II,
via
pública
de
poucas
casas.
Outra
fotografia
apresenta
a
Avenida
Francisco
Sá,
vista
do
alto
da
Catedral,
jardim
ainda
novo,
laterais
quase
só
de
lotes
vagos,
lá
longe
a
estação
da
Central
do
Brasil,
sem
o
monumento
a
Francisco
Sá.
O
que
vem
mais
de
ilustração
corre
por
conta
do
jovem
pintor
e
desenhista
Godofredo
Guedes,
que
aparece
num
auto-retrato
e
muitas
fotografias
de
moças
e
atletas
cujos
nomes
não
quero
dar
para
não
comprometer
muito.
Falo
só
que
José
Gomes
de
Oliveira
já
era
famoso
desportista
e
tinha
na
camisa,
pelo
lado
da
frente,
um
grande
algarismo
SETE.
Os
anúncios
dividiam-se
em
propaganda
de
profissionais
liberais
e
de
firmas
do
comércio
e
da
iniciante
indústria.
Dr.
Álvaro
Marcílio,
Praça
Dr.
Carlos,
40;
Dr.
Hermes
de
Paula;
Dr.
Raul
Peres;
Praça
Dr.
Carlos,
110;
Dr.
Geraldo
Athayde,
advogado;
Rua
Presidente
Vargas,
129;
Dr.
João
Gomes
Leite;
Dr.
José
Ribeiro
da
Glória,
dentista;
Dr.
Tardieu
Pereira,
Belo
Horizonte;
Francisco
José
Guimarães,
construtor;
Juventino
Gomes,
encarregado
de
obras;
João
de
Paula
era
usineiro
em
Curvelo,
com
exportação
em
alta
escala
de
algodão
em
rama;
José
Dayrel,
representante
na
Rua
Bocaiúva,
254.
Já
existiam
a
Agência
Thais,
com
venda
de
apólices
a
prestação,
jornais
e
revistas;
a
Farmácia
Central,
de
Aluízio
F.
Pinto,
com
preparados
químicos
nacionais
e
importados.
Outros
estabelecimentos
que
já
não
existem:
A
Eclética,
de
Tiago
Veloso;
a
Panificadora
Montes
Claros,
de
José
Regino;
o
Bar
Líder,
na
Rua
Quinze;
Portas
de
Aço
Ondulado,
de
A.
de
Oliveira;
Serraria
Montes
Claros,
de
Capitão
Enéas;
a
Casa
Montes
Claros,
de
Custódio
Rodrigues
Pinheiro,
com
Waldelírio
Moreira
(Vavá)
de
contra-mestre.
José
Batista
da
Conceição
(pai
de
Waldyr
Sena)
tinha
loja
na
Rua
Lafaiete,
684
–
A
Bitaca
–
e
vênia
chapéus
de
sol
e
de
cabeça,
louças,
calçados,
gêneros
do
país,
etc.
Já
anunciaram
também
a
Chuva
de
Ouro,
de
Lionel
Beirão
de
Jesus
(loterias,
cigarros
e
charutos).
Alfaiataria
Delly,
Casa
Alves,
Imperial,
Casa
Luso-brasileira.
Tipografia
Orion,
Salão
da
Hora,
Café
Glória
e
a
própria
Gazeta
do
Norte,
que
tinha
papelaria.
Muito
grato
para
mim
o
anúncio
do
Bazar
Loureiro,
de
Amândio.
Pais
Loureiro,
Rua
Simeão
Ribeiro
(bijuterias,
artigos
para
presente,
brinquedos
e
camisaria),
porque
o
Amândio
e
eu
tornamo-nos
amigos
quando
o
conheci
em
Lisboa,
oportunidade
em
que
me
dispensou
grande
hospitalidade,
chegando
a
ponto
de
viajar
longamente
para
as
despedidas
quando
da
minha
volta
ao
Brasil.
Não
é
bom
realmente
lembrarmos
do
passado?