Wanderlino
Arruda
Montes
Claros, uma cidade bonita, agradável,
gostosa, muito perto, ou mesmo dentro
do nosso coração. Uma
cidade para se viver e amar, viver todos
os dias e anos da vida, nos embalos
da mocidade, na idade madura, na velhice.
Montes Claros, sim, uma cidade gostosa,
de muito charme, um lugar que marca
e marcará sempre sincera saudade.
Se Montes Claros fosse gente, seria,
por certo, uma mui querida namorada.
É
preciso aprender a amar Montes Claros,
caminhá-la vagarosamente nas
manhãs de domingo, num dia de
sol bem claro, quando as cores ganham
brilho da própria felicidade
de ser. É preciso ver Montes
Claros, senti-la, percebê-la numa
noite de primavera ou de verão,
amena, fresquinha, o sentimento das
ruas mesclando com o doce calor humano
dos barzinhos e restaurantes cheios
de viva alegria, da conversação
amiga que ninguém mais sabe fazer
acontecer do que nós mineiros.
Ali estão os jovens vestidos
de jeans de todas as cores, cabelos
ao vento, suas motos ou seus jipes em
silêncio passageiro, proseando
e sonhando sonhos de amor.
Quem não gosta de Montes Claros,
de onde mais vai gostar? – canta
Nivaldo Maciel, cantou João Leopoldo,
cantou Clarice, que hoje, bem distantes
– João em Goiânia,
Clarice em Campo Grande - devem morrer
de saudades. Montes Claros de Hermes
de Paula, de Dulce Sarmento, de Adélia
Miranda; Montes Claros de todos que
a vêem pelo menos uma vez na existência.
Querida, admirada, jamais esquecida,
ontem e hoje muito rigor e muita ternura,
sempre uma cidade de muito amor, uma
cidade toda do coração.
Existe no mundo um lugar mais bonito
do que a praça Doutor Chaves,
numa tarde depois de chuva? Pergunte
isso a Célia Machado Colares,
pergunte a Aroldo Pereira, pergunte
a João Rodrigues - Célia
que lá vive, Aroldo e João
que lá trabalham – cujos
olhares parecem refletir o próprio
céu? Passe devagarzinho pela
praça Honorato Alves, entre a
casa que foi de Cândido Canela
e a Santa Casa, em frente à casa
de Edgar Santos, sinta que gostosura!
Tudo um encanto: a brisa, o perfume,
a sombra, a algaravia dos passarinhos
de Reivaldo! Entre na Praça de
Esportes, entre sem pressa, veja o bonito
da natureza e da juventude!
Há muitos lugares belos, isso
é que há: o Ibituruna,
o Jaraguá, o Jardim São
Luiz e o Todos os Santos estão
cobertos de verdes e outras lindas cores
– lá estão os flamboyants,
as espatódeas, as bougainvilles,
as acácias de intenso amarelo
quase ouro. Há lugares bonitos
como a praça da Estação,
a Coronel Ribeiro, a Doutor Carlos,
o Parque Municipal, a casa de Konstantin
e Iede, o sobradão que foi de
Jair Oliveira. Há o coreto, a
velha casa de Benjamim Rego, aquele
mundão de árvore de Yara
e Benjamim Moura, a capelinha dos Morrinhos,
a Catedral, lá longe estão
as Quebradas de Pedro Veloso e Arinha,
e, bem alta, no caminho de Bocaiúva,
a fazendinha de Ivan e de Mercês.
Cidade de progresso, de poesia, de serestas,
de trabalho bem proveitoso, Montes Claros
tem na hospitalidade a maior virtude.
Montes Claros - repito - não
é apenas uma cidade, é
uma declaração de amor!
Instituto Histórico e Geográfico
de Montes Claros