Wanderlino
Arruda
Dia
desses
encontrei
Wanderlino
Arruda
num
restaurante
da
cidade,
e
ele
me
perguntou
assustado,
porque
eu
não
mais
escrevera
crônica
para
esta
página.
Dei-lhe
uma
resposta
esfarrapada
sobre
qualquer
coisa
como
falta
de
tempo
e
despedi-me,
não
sem
antes
prometer-lhe
que
estudaria
um
jeito
de
voltar.
Se
além
de
Wanderlino,
outras
pessoas
sentiram
falta
dos
meus
escritos,
eu
não
sei.
Não
pretendo
ser
pretensiosa
dizendo
que
sim,
nem
quero
ser
injusta
com
pessoas
que
me
liam
e
incentivavam,
dizendo
que
não.
Mas
sei
que
eu
própria
senti
muitas
saudades,
e
também
me
perguntei
o
porquê
do
afastamento,
e
também
não
engoli
bem
a
história
da
falta
de
tempo.
Hoje,
decidi
jogar
tudo
quanto
era
compromisso
para
o
alto,
e
voltar
a
O
JORNAL
DE
MONTES
CLAROS
para
uma
visita.
Queria
rever
meus
amigos
–
da
Diretoria
à
Oficina,
pessoas
que
me
ajudaram
a
realmente
fazer
parte
do
Jornal
durante
os
18
meses
em
que
integrei
a
equipe
de
repórteres.
Pessoas
que
significaram
muito
na
descoberta
de
minha
própria
identidade;
que
me
dispensaram
um
apoio
e
um
carinho
que
só
tive
antes
na
minha
família.
E
de
volta
ao
JMC,
ocupando
o
mesmo
local
de
trabalho
que
utilizei,
provavelmente
na
época
mais
importante
de
minha
vida,
e
experimentando
o
mesmo
calor
humano
que
sempre
foi
o
cartão
de
visita
desta
casa
de
amigos,
não
tive
dúvidas:
talvez
eu
não
faça
mias
parte
do
Jornal,
mas
ele
sempre
fez
e
continuará
fazendo
parte
de
mim.
Não
perguntei
ao
Márcio
ou
ao
Doutor
Oswaldo
se
eles
ainda
me
aceitam
aqui.
Sinto-me
em
casa.
Minha
intuição
me
diz
que
posso
ficar.
E
fico.
Ao
mesmo
tempo
trabalhando
esta
crônica
e
acompanhando
a
rotina
de
trabalho
dos
meus
colegas:
a
Vânia
ao
telefone,
sorriso
e
presteza;
Cláudio,
redigindo
reportagens,
me
dá
notícias
do
Gilberto,
de
quem
sinto
falta
na
Redação;
enquanto
Marcos,
declaradamente
apaixonado
pelo
jornalismo,
divulga
o
esporte
da
cidade.
Converso
rapidamente
com
Lazinho,
que
está
de
saída
para
seus
compromissos
sociais,
e
não
chego
a
falar
com
Márcio,
a
quem
vejo
somente
pelo
vidro
da
sua
sala.
Sinto
falta
dos
que
não
chegaram
ainda:
Cássia
Valéria,
calma
e
precisão;
Luiz
Ribeiro,
desajeitadamente
um
grande
amigo;
e
Paulo
Braga,
profissionalismo
sério
e
companheirismo,
brincalhão.
Observo
os
novos
componentes
da
Redação,
que
vieram
depois
que
eu
me
fui:
Ana
Ângela
(que
declarou
ser
minha
leitora
antiga)
e
Marcelo.
A
Marizete
está
começando
hoje,
e
pergunta-me
nervosa,
se
é
difícil
ser
repórter.
Digo-lhe
que
não,
embora
entenda
bem
a
sua
preocupação.
Passei
por
ela
quando
me
apresentei
ao
JMC,
em
início
de
1988
e
disse
ao
Waldir
Sena
que
queria
ser
repórter.
Ele
olhou-me
desconfiado
e
perguntou
o
que
me
fazia
pensar
que
eu
conseguiria
desempenhar
bem
tal
função.
Começo
a
me
lembrar
do
Waldir
com
saudades
e
admiração,
e
penso
no
grande
profissional
e
amigo
que
está
por
trás
do
seu
aparente
ar
de
ranzinza.
Interrompo
as
recordações
do
passado
e
cumprimento
Doutor
Oswaldo,
que
entrou
na
Redação
e
perguntou-me
se
eu
estava
de
volta.
Converso
naturalmente
com
ele,
lembrando-me
de
que
a
sua
seriedade
me
causou
receio,
um
dia.
Bobagens!
É
como
um
pai
para
a
grande
família
que
é
o
JMC.
E
é
novamente
em
família
que
me
sinto
hoje.
E
é
para
essa
família
que
dedico
esses
escritos,
cumprimentando-a
pelo
aniversário,
e
declarando
que
de
alguma
forma
estou
de
volta.
Assim
cumpro
a
promessa
que
fiz
a
Wanderlino
Arruda
e
reencontro
minha
paz
de
espírito,
que
ficou
perdida
nas
últimas
publicações
que
fiz
aqui,
há
três
meses
atrás.