Wanderlino
Arruda
Como é brincalhão
esse menino, que tem o
sobrenome de planta talvez
(também) pelo nome
ele marca presença
tão forte, mesmo
brincando, de forma diferente.
Brinca com as palavras,
com elas pinta e borda,
pois elas dançam
no seu pensamento. Em
outros momentos, ele as
joga no chão, como
bolinhas de gude ns mãos
de menino moleque.
Substantivos, adjetivos,
pronomes, verbos e mais
uma série de classe
de palavras, que os entendidos
de português tão
bem conheçam. Quando
fala, joga-as como bola
no campo ensolarado de
sua mente, e, como bom
jogador, jamais perdeu
uma jogada. Ainda bem
que o, “ARRUDA”
do seu nome o protege
contra mau-olhado, quebranto
e outras mandingas. Pois
que dá inveja esse
menino dá... e
ele de tão simples
que é, não
percebe os olhos dos seus
amigos fixos, absortos,
ansiosos para entrarem
no seu brinquedo de ciranda
das palavras.
Na homenagem prestada
a Mairy Figueiredo pela
Academia montes-clarense
de letras, coube ao menino
Arruda a sua saudação,
e mais do que nunca ele
brincou com as palavras,
quebrando a formalidade
do momento, e de um modo
especial ressaltou as
aptidões da ilustre
professora, que destaca
nossa cidade lá
no país distante.
Ah! Menino Andarilho,
que corre o Brasil fazendo
suas traquinices, com
uma seriedade incrível
no seu saber infinito.
Saber, que não
lhe dá o ar enfadonho
de velhice, e que não
lhe dá a prepotência
de grande sábio.
Dá sim, a consciência
de que não precisa
diminuir ninguém,
para se sentir grande.
Pois o saber é
como estrelas no céu,
jamais será somado.
Vamos, menino travesso...
Continua correndo dentro
do seu universo de palavras,
joga-as na enxurrada como
barquinhos de papel, ou
solta-as como papagaios
de papel coloridos, ou
faça uma caipirinha,
com várias línguas,
mas, cuidado: não
faça muito forte,
para não nos embriagarmos.
Melhor, faça como
quiser, mas continua brincando...