Wanderlino
Arruda
Confesso
que
sou
leitor
vidrado
em regras
de etiqueta.
Não
perco
uma
linha
do que
se fala
de educação
e do
bem-viver
social,
de como
tratar
as pessoas,
de como
buscar
uma
convivência
pacífica
e polida
com
os nossos
semelhantes,
principalmente
quando
pelo
menos
um mínimo
de elegância
é
exigido.
Leio
tudo.
Seguir,
obedecer
às
regras,
fazer
do bom
trato
uma
linha
de vida
é
difícil,
exige
muita
observação
e muito
esforço,
mas
é
sempre
possível
se a
gente
for
incorporando
à
cultura
pequenos
e grandes
conhecimentos
nesse
setor.
Cautela
e cuidados
sociais
não
fazem
mal
a ninguém.
Claro
que
a educação
ou a
“finesse”
em sociedade,
e por
sociedade
entender-se
todos
o relacionamento
humano
em qualquer
parte,
merece
vasta
gama
de obediências,
uma
forma
natural
de agir,
o saber
como,
quando
e onde
tomar
atitudes.
É
preciso
saber
como
e quando
convidar,
presentear,
receber,
desculpar-se.
É
preciso
saber
vestir-se,
dar
festas,
ir a
festas,
sair
com
colegas
e pessoas
amigas,
ir a
um restaurante,
a um
barzinho,
a um
lugar
da moda.
Também
é
preciso
saber
conversar
ou escrever
um bilhete,
uma
carta
ou simples
recado
sempre
que
isso
for
necessário,
seja
hora
triste,
seja
hora
alegre
das
criaturas
de quem
gostamos.
É
preciso
saber
o melhor
comportamento
no trabalho,
nos
esportes,
em toda
e qualquer
oportunidade.
Falando
nestas
coisas,
lembro-me
com
saudades
de uma
experiência
que
tive
em 1979,
no Rio
de Janeiro,
período
em que
ministrava
um curso
de Lingüística
para
administradores
do Banco
do Brasil.
Sempre
que
chegava
do almoço,
via
no elevador,
nos
corredores
e na
entrada
do auditório
do Centro
de Treinamento
um vasto
mundo
de mulheres
elegantes
e bonitas,
cada
uma
mais
educada
do que
a outra.
Num
local
em que
a grande
maioria
era
sempre
de homens,
aquela
quantidade
de belezas
no mínimo
parecia
curioso,
logo
não
tardando
as explicações:
havia
ali
um curso
de etiqueta
com
uma
professora
da Socila,
contratada
pelo
Banco
para
treinamento
das
secretárias
de alta
direção.
Era
isso
a razão
do belo
visual
e da
finura
do trato.
Reunião
de trato.
Reunião
de gente
fina,
que
é
outra
coisa.
Time
de primeira
linha!
Dispondo
da metade
do tempo,
pois
só
lecionava
pela
manhã,
por
um caminhão
de razões,
não
tive
outro
jeito
senão
pedir
ao chefe
Dalton,
que
por
sua
vez
pediu
à
linda
professora,
para
que
eu fosse
aceito
como
ouvinte
e oficial
observador
de todas
as lições.
Imagine,
minha
senhora,
que
situação!
Um homem
só
no meio
de quarenta
mulheres
civilizadas.
Mesmo
pegando
o bonde
já
em meio
de caminho,
não
houve
alternativa,
tive
que
aprender
tudo
ou quase
tudo.
É
que
nas
discussões
sobre
o papel
da mulher,
nunca
pude
deixar
de representar
o papel
do homem,
estabelecer
o contraste
de posições.
Por
mais
educação
que
houvesse,
foi
briga
de nunca
acabar:
“machista
chauvinista,
representante
da tradicional
família
mineira,
bandido!”
Foi
um sucesso
de aprendizagem.
E como!