LATIM
–
Por
mais
incrível
que
pareça,
a
Itália
tenta
fazer
ressurgir
o
latim
na
escola
e
na
imprensa,
forçando
de
toda
forma
a
valorização
da
nossa
língua-mãe.
Não
importa
que
uma
geração
tenha
perdido
o
contato
com
o
idioma
de
Cícero
e
de
César.
É
preciso
revivê-lo,
do
declínio
ou
do
abandono
de
que
foi
vítima
nos
últimos
anos.
Nem
será
levada
em
conta
a
aversão
com
que
alunos
fugiam
das
declinações
e
do
interminável
decorar
de
frases
e
de
textos
tão
custosos
à
memória.
O
latim
haverá
de
florescer
outra
vez,
nem
que
seja
através
das
estórias
em
quadrinhos
ou
dos
anúncios
já
comuns
nos
jornais
italianos.
Afinal,
Roma
não
morreu.
É
por
isso
que
é
chamada
de
cidade
eterna,
uma
eternidade
que
não
é
feita
só
de
pedras.
Nem
da
poeira
dos
tempos...
DENTADURA
DE
BOI
–
Uma
novidade
está
revolucionando
o
mundo
da
pecuária,
tão
ausente
de
coisas
novas:
os
bois
e
as
vacas
vão
usar
dentaduras.
E
não
serão
próteses
em
série,
impessoais,
descaracterizadas
em
multidões
de
rebanhos.
Muito
ao
contrário,
cada
boi
ou
vaca
receberá
sua
própria
prótese,
bem
moldada,
medida,
testada,
confeccionada
de
cormo
cobalto,
capaz
de
lhe
dobrar
a
vida
útil,
corrigindo
o
desgaste
precoce,
curando-lhe
a
piorréia,
substituindo-lhe
a
dentição
perdida.
O
inventor
desta
maravilha
é
o
ítalo-argentino
Lamberto
Lusa.
O
custo
de
cada
tratamento
dentário
está
avaliado
em
vinte
dólares.
Quem
estiver
interessado
ou
tiver
dúvida,
é
só
escrever
para
o
Centro
de
Próteses.
Dentes
para
Vacunos
e
Ovinos,
na
Rua
Reconquista,
761,
departamento
10.
CEP.
1003
–
Buenos
Aires,
Argentina.
Ou
melhor,
telefonar
para
311-9882
e
312-9995,
com
prefixo
de
DDI.
ESCRITA
–
De
uma
entrevista
interessantíssima
do
professor
Hermínio
Sargentim
à
revista
“Interação”,
um
bom
resumo
filosófico
e
prático
sobre
a
escrita:
é
que
ela
é
uma
atividade
que
permite
ao
indivíduo
refletir
em
maior
intensidade
o
universo
que
o
cerca.
Ao
mesmo
tempo,
permite
sua
organização
e
é
a
melhor
forma
de
pensar
o
mundo,
de
senti-lo
e,
a
partir
daí,
transformá-lo.
O
indivíduo
se
imortaliza
através
do
texto,
permitindo
que
outros
indivíduos
compartilhem
da
sua
visão
de
mundo.
A
escrita
dá
valor
cultural
ao
homem
na
medida
em
que
o
projeta
não
só
em
sua
comunidade,
mas
em
comunidades
futuras
também.
Tem
ela
dois
valores:
a
reflexão
e
a
projeção
do
universo
que
cerca
o
indivíduo.
A
escrita
é,
enfim,
o
ontem,
o
hoje
e
o
amanhã.
É
através
dela
que
somos
contemporâneos
de
Cícero
e
de
César
e
o
seremos
dos
homens
do
século
XXX.
Será?
AS
TRÊS
RAÇAS
BRASILEIRAS
–
A
branca,
portuguesa;
a
negra,
africana;
a
índia,
americana.
Juntas
estão
formando
a
raça
mais
bela
do
mundo.
Quem
duvidar,
dê
uma
andada
pelas
ruas
de
Montes
Claros
ou
pelas
areias
de
Copacabana
e
Ipanema.
É
só
fazer
as
contas
do
alto
percentual
de
mulher
bonita
que
circula
dia
e
noite!
Mas
não
é
esse
o
recado
que
quero
dar.
A
finalidade
da
conversa
é
deixar
com
o
leitor
um
antigo
poema
que
o
meu
amigo
Asthemênio
Vaz
Tonelli
guarda
com
toa
predileção.
Ei-lo:
O
Mesclado.
Cada
brasileiro
tem
dentro
de
si/
Um
português,
um
negro,
um
guarani./
O
luso
ou
a
fibra
audaz,
arroiadica.
/
A
fidalguia
própria
dessa
raça
/
o
bugre,
a
natureza
apática,
a
preguiça.
/
O
amor
à
pesca,
a
inclinação
à
caça.
/
Do
excesso
de
carinho
e
zelo.
/
Herdou
do
africano
um
coração
/
E,
às
vezes,
também
herda
do
cabelo
/
Aquela
permanente
ondulação.
/
Em
harmonia
vivem
sempre
os
três:
/
Enquanto
o
negro
bebe,
o
índio
trabalha
/
e
o
pobre
português
trabalha.
/
Mas
ai!
Se
no
esplendor
da
graça
/
Requebrando
as
ancas,
em
lascívio
jogo
/
Uma
mulata
passa!...
O
negro
dança!
/
O
bugre
pega
fogo!
/
E
o
português...
avança!